Sou fantasma de mim mesmo.
Há quanto tempo
tenho perambulado pela face da terra.
Meio Lúcifer despencado no abismo,
meio espectro de tempos pretéritos.
Habitando sempre o mesmo corpo,
que incólume atravessa os dias, anos e séculos.
Tenho presenciado tanta coisa,
e nada mais me assusta,
nem mesmo meu rosto na lâmina d'água.
Transpassar tantas noites,
e dias, e noites, e dias, e noites, e dias, e noites
na busca de algo que nem sei o que é,
ou onde está,
ou em quem está.
Agora descubro espantado
que sou fantasma de mim mesmo.
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