terça-feira, 20 de maio de 2008

"Os Caras" e a magia errada.


Merda! Merda! Merda!
(Pietro Maria Bardi, in pixação no muro do MASP)

"Os Caras" e meu bichinho


Meu bichinho de estimação sumiu ontem. Coloquei uma faixa enorme em frente de minha casa, oferecendo até uma recompensa.
Ele é dócil, meigo e gentil. Dizem que os animais tendem a ter o comportamento de seus donos. Mas quanto a isso tenho minhas reservas.
Ele atende pelo nome de Junior. Gosta que lhe façam festa. É inteligente e gosta de explorar.
Talvez tenha sido esse espírito aventureiro que o tenha levado.
Procurei no abrigo de animais, pela vizinhança e conversei com a molecada da rua.
Ninguém o viu.
Se você tiver alguma informação, por favor, poste aqui no blog.
Criança passando mal.

"Os Caras" e os aviões que caem.


Os aviões que caem na terra,
matam os seres que a abandonaram.
Em seus coovers de Icáro e Dédalo,
perdem as asas de cera.
O encontro com a massa dura é inevitável
e nesse choque os corpos líquidos se desfazem.
Os aviões que caem na terra,
devolvem os seres que a desprezaram.
Em seus surtos de Pégaso,
perdem as térmicas e a flutuabilidade.
O reencontro com a superfície é fatídico
e nesse impacto as vidas se diluem.
Os aviões que caem na terra,
retornam os fugitivos que se divorciaram.
Em seus delírios de Dummont,
queimam seus Demoiseles.
O retorno ao reino dos bipedes é certo
e nesse aproximar abrupto o pó volta ao pó.

"Os Caras" e o retorno à vida.


Eu estava morto,
mas não totalmente.
Alguém me disse que eu tinha que retornar.
E nesse retorno,
nessa viagem de volta,
precisava de seu hálito.
De um pouco da sua vida
em minha vida.
Então estou voltando,
ressureto,
fenix,
reconduzido ao que deixei.
Espero apenas que minhas bagagens
não tenham se extraviado.