quinta-feira, 29 de maio de 2008
"Os Caras" e a Insônia
São nessas noites
essas mesmas que acontecem todos os dias
em que meu pensamento não se acomoda
em que incomodado me desperto
em que desperto me desespero
em que desesperado não durmo
São nessas noites que atinjo
o significado de minha insònia.
Um copo de leite morno com canela,
um livro de mitologia,
horas no computador,
a luz do dia a se materializar nas frestas da janela,
o corpo cansado querendo entregar-se
e a insistência do cérebro numa vigília mortal.
Meu reino por um diazepam de quinhentos miligramas!
"Os Caras" e meu fantasma
Sou fantasma de mim mesmo.
Há quanto tempo
tenho perambulado pela face da terra.
Meio Lúcifer despencado no abismo,
meio espectro de tempos pretéritos.
Habitando sempre o mesmo corpo,
que incólume atravessa os dias, anos e séculos.
Tenho presenciado tanta coisa,
e nada mais me assusta,
nem mesmo meu rosto na lâmina d'água.
Transpassar tantas noites,
e dias, e noites, e dias, e noites, e dias, e noites
na busca de algo que nem sei o que é,
ou onde está,
ou em quem está.
Agora descubro espantado
que sou fantasma de mim mesmo.
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