
"Os Caras" nunca falam.
Mas prestam uma atenção!

- Eu falei e "Os Caras" não acreditaram.
-"Os Caras" gostam de chuva. Em suas incursões procuram o arco-íris e as formações de cumulus-ninbus sempre aguardando as gotas de água que voltando prá terra trazem coisas do ar. São Alternativos e inimigos da Nova Ordem Mundial. Sabem com antecedência as coisas que irão acontecer comigo. Me comunicam e me alertam. As vezes ouço, as vezes estou surdo.


Há que se dizer tudo sobre "Os Caras" menos que perderam alguma batalha, sem que tenham dado até a última gota de suor e sangue. Quando as noites eram frias e escuras, a companheira distante e pensativa, as mão vacilantes no punho da espada, era justamente aí que "Os Caras" mostravam quem comandava. Combatemos a sombra das flexas do inimigo. Varremos do campo a turba ensurdecedora dos infiéis. Nos derramamos nas trincheiras fazendo do tempo insolente nosso escudo protetor. Há que se dizer tudo sobre "Os Caras" menos que não combatem o bom combate.
De todas as sensações que trago n'alma.
Dói-me mais a inexorabilidade que "Os Caras" têm.
Trazem a leve certeza da calma.
Sabedores de tudo que por lá vêm.
Das muitas dores que me ladeiam.
Incomoda-me mais a onisciência que Eles abarcam.
Sábios, taciturnos, repletos, camaleiam.
Rapinoso fujo dos que me marcam.
Quem dera fosse luz
o sombreado dessa tarde que cai.
E absorto me conduz.
Quem dera fosse mar
O verde desse olho que vai,
ao final de tudo, me matar.