quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"Os Caras" e Robert Frost


"O Caminho não escolhido"
Robert Frost, 1916

Num bosque amarelo dois caminhos se separavam,
E lamentando não poder seguir os dois
E sendo apenas um viajante, fiquei muito tempo parado
E olhei para um deles tão distante quanto pude
Até onde se perdia na mata;

Então segui o outro, como sendo mais merecedor,
E tendo talvez melhor direito,
Porque coberto de mato e querendo uso
Embora os que por lá passaram
Os tenham realmente percorrido de igual forma,

E ambos ficaram essa manhã
Com folhas que passo nenhum pisou.
Oh, guardei o primeiro para outro dia!
Embora sabendo como um caminho leva para longe,
Duvidasse que algum dia voltasse novamente.

Direi isto suspirando
Em algum lugar, daqui a muito e muito tempo:
Dois caminhos se separaram em um bosque e eu...
Eu escolhi o menos percorrido
E isso fez toda a diferença.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Os Caras" e Ezra Pound


E ASSIM EM NÍNIVE

"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.

Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.

Não é, Ruaana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."

(tradução de Augusto de Campos)

"Os Caras" e suas idéias.



Caminhava pela rua acima da minha rua quando aquela brisa fria e arrepiante veio até meus ouvidos e o surdo som de outra presença se fez ao meu lado. Nada havia. Nada ouvia. Mas sabia que alguém me acompanhava. Alguém queria falar comigo. Muito estranho. Como se uma ponte fosse construida entre meu cérebro e outro as idéias foram invadindo meus neurônios. Coisas novas, coisas estranhas. E assim como veio se foi. Fiquei alí na fria garoa da noite com um monte de pensamentos que não eram meus e sem saber o que fazer com eles.
Ainda estão aqui.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

"Os Caras" e um estranho presente


Eles estiveram aqui esta madrugada, percebi, mesmo dormindo, que alguém ficava ao lado de minha cama e me observava. Sei que faz parte de sua taciturnidade e adoram observar e aprender.
O que não entendi foi terem deixado uma rosa.

Vou aguardar.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"Os Caras" e Seneca


"Deixaras de temer quando deixares de ter esperança"

Sêneca.

"Os Caras" e o Samba do Ribeiro


SAMBA DO RIBEIRO

Prometeu frango
e não cumpriu.
Dar banho na Loura
e não deu.
Psicose auditiva
embarcou.
O olhar parado
se perdeu.
Você não vale nada
eu já sei.
Vou dormir com fome
eu dancei.

domingo, 3 de janeiro de 2010

"Os Caras" e Joaquina na janela


Meu pai a viu nascer,
ela foi prá janela.
Minha mãe quando namorava meu pai
a via na janela.
Nasci eu e lá estava ela,
na janela.
Minha filha a conheceu dando tchau
da janela.
Hoje ela cumprimenta minha neta todos os dias
da janela.